Para fintechs e bancos digitais, o peso das taxas por cada transação nunca foi tão discutido. Nos bastidores do setor financeiro, muitos líderes buscam caminhos para cortar custos recorrentes e ganhar autonomia, fugindo de modelos já conhecidos.
Porém, poucas decisões são tão críticas e difíceis quanto a escolha de uma arquitetura que permita diminuir – ou até acabar – com essas cobranças. Aqui, vamos olhar de perto esse desafio, desde o conceito das taxas até os passos para conquistar mais liberdade operacional. Prepare-se para ver o assunto sob uma nova perspectiva.
O que são taxas por transação e qual o impacto nos custos
O termo “taxa por transação” surgiu do modelo tradicional dos serviços financeiros digitais. Funciona assim: cada movimentação feita por um usuário, seja um pagamento com cartão ou uma transferência via PIX, gera uma cobrança para a instituição financeira responsável. Esse valor, por menor que pareça individualmente, torna-se expressivo diante do número de clientes ativos – além de crescer conforme o negócio escala.
Por trás desse modelo está uma estrutura na qual a empresa não é realmente dona do sistema, mas sim cliente de uma plataforma, pagando por cada serviço utilizado. Não raro, o sucesso do produto digital acaba significando uma fatura mensal mais alta.
- Pagamentos com cartão: toda vez que o cliente passa o cartão, cobra-se uma tarifa unitária;
- Transferências via PIX: cada envio ou recebimento soma mais centavos ao custo;
- Operações de cashback: as recompensas pagam não só ao consumidor, mas indiretamente à plataforma.
Pensando em escala, o efeito é ainda maior. Imagine uma fintech que, ao alcançar 100 mil transações diárias, paga R$ 0,10 por operação. Em um mês, essa linha sozinha alcança R$ 300 mil de despesa.
Modelos tradicionais: BAAS, SAAS e custos recorrentes
Para entender por que tantas instituições enfrentam esse desafio, vale observar os modelos BAAS (Banking as a Service) e SAAS (Software as a Service). Ambos iniciaram uma revolução ao facilitar o acesso de novos players ao mercado bancário, removendo barreiras tecnológicas e burocráticas. Mas trouxeram um preço recorrente, que veio na forma de assinaturas mensais ou tarifas por operação.
Como funcionam essas cobranças?
- BAAS/SAAS: a instituição contrata uma estrutura pronta de serviços bancários e paga uso conforme demanda ou número de usuários ou o acesso ao software ocorre por licenciamento, geralmente mensal, com limites de uso atrelados a pacotes de transações.
Esses modelos entregam agilidade e menor investimento inicial. Porém, ao longo do tempo, a dependência comercial pode sufocar a capacidade de reinvestir nos próprios produtos.
Segundo análise da Fipe, apenas nos últimos dez anos, a presença de fintechs no sistema bancário gerou uma redução de R$ 7,9 bilhões em tarifas bancárias para clientes, resultado da maior competição graças à atuação dessas empresas.
O modelo modular: caminho para eliminar custos por operação
É possível cortar os custos repetitivos das tarifas por transação? Sim. Um caminho cada vez mais viável passa pela aquisição modular de software financeiro. O modelo permite que a empresa compre, de fato, apenas os componentes necessários e concentre a gestão dentro de casa. Em vez de pagar continuamente para terceiros, o banco digital, a fintech ou o emissor de cartões se torna dono do próprio sistema.
Como funciona a abordagem modular?
- Compra de módulos específicos: você escolhe apenas o que vai usar (cartões, PIX, cashback, integração bancária, etc.);
- Sem taxas unitárias: após investimento inicial, não há cobrança repetida por cada transação feita pelo cliente;
- Controle sobre integrações: ajustes, melhorias ou até mudanças drásticas podem ser realizados sem pedir aprovação externa.
Tal estratégia entrega um controle que vai além do operacional. Garante a autonomia estratégica, o que pode ser fundamental para pequenas fintechs querendo se destacar, ou para grandes conglomerados aumentando sua operação digital.
“Você decide o que comprar, quando atualizar, como evoluir.”
Vantagens em áreas específicas
- Bancos digitais: menores custos de operação, permitindo políticas mais agressivas de tarifas zero para o consumidor.
- Fintechs com cartão: o ganho de escala inclui domínio sobre regras de cashback e customização de campanhas.
- Pagamentos via PIX: integração sem intermediário, reduzindo drasticamente valores pagos por transferência.
- Soluções de cashback: a criatividade do produto pode avançar sem limites impostos por tabelas de cobranças externas.
Migração e ganhos econômicos: cenários do dia a dia
Muita gente pode achar que trocar de modelo é caro ou arriscado. Sim, envolve ajustes, treinamento e cuidados com a transição. Mas é mais simples do que parece. O segredo? Planejamento e comunicação clara entre tecnologia, negócio e clientes. Veja exemplos reais de transformação:
Exemplo 1: fintech focada em pequenos comerciantes
Antes: pagando R$ 0,15 por cada pagamento no cartão. Crescimento trazia mais receita, mas elevava o custo operacional.Depois: pagando apenas pela manutenção do sistema e infraestrutura, mantendo a margem de lucro mesmo ao expandir. Permitindo, inclusive, criar pacotes com tarifa zero para os melhores clientes.
Exemplo 2: plataforma de cashback
Antes: toda operação de cashback (resgate e retorno ao consumidor) resultava em duas ou três tarifas externas, corroendo o orçamento.Depois: gestão interna, com liberdade para oferecer promoções em datas específicas, maiores valores em parceria com varejistas e muito mais flexibilidade.
Exemplo 3: banco digital de nicho
Ao adaptar o core para uso modular, o banco deixou de se preocupar com o custo variável das transferências PIX, liberando verba para investir em marketing e suporte premium.
A mudança, conforme revela estudos recentes, permitiu uma economia real e impactante para o cliente final.
Finstack: economia, flexibilidade e visão de longo prazo
O crescimento das fintechs ajudou a acelerar a concorrência no mercado e baixar tarifas bancárias para o consumidor brasileiro.
Segundo a Associação Brasileira de Fintechs, o impacto direto reduziu quase 37% das tarifas, resultado de uma postura mais inovadora no setor. Veja dados da Associação Brasileira de Fintechs sobre o impacto desta nova postura.
Para empresas preparadas para dar o próximo passo, o modelo sem tarifas por transação entrega:
- Liberdade para crescer sem amarras contratuais;
- Redução drástica dos custos fixos e variáveis;
- Agilidade e inovação sem depender de prazos de terceiros;
- Possibilidade de oferecer pacotes mais vantajosos ao consumidor.
Mudar pode não ser fácil. E tirar de vez o peso das tarifas unitárias causa, sim, ansiedade. Mas a chance de tomar o controle do próprio futuro, e equilibrar melhor receita e inovação, nunca esteve tão à mão.
Se você está pronto para tomar decisões que liberam seu potencial, diminua barreiras e repense o modelo de cobrança. Procure soluções flexíveis, expanda sua visão e avance para uma nova realidade, sem amarras e com total domínio da operação.
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Perguntas frequentes
Como acabar com taxas por transação?
Para deixar de pagar tarifas por cada transação, o caminho mais consistente é investir em um software financeiro próprio, que permita comprar apenas os módulos que serão usados e fazer a gestão de todo o fluxo dentro da empresa. Com isso, você troca pagamentos recorrentes e custos variáveis por uma estrutura fixa e previsível – e passa a ter mais controle sobre preços, promoções e inovações. Adotar infraestrutura moderna na nuvem também ajuda a manter uma operação eficiente sem despesas surpresas.
Quais fintechs não cobram taxas por transação?
Nem todas as fintechs ou bancos digitais ainda oferecem isenção completa dessas tarifas. O cenário vem mudando porque, com a possibilidade de comprar e operar módulos próprios, mais empresas conseguem zerar custos repassados aos clientes em áreas como cartões, PIX e cashback. É comum encontrar novos entrantes oferecendo pacotes diferenciados, justamente para atrair usuários cansados de cobranças invisíveis. Contudo, sempre avalie a transparência e a autonomia operacional do serviço oferecido.
Vale a pena eliminar taxas por transação?
Sim, desde que a empresa esteja pronta para assumir responsabilidade sobre o software e a infraestrutura necessários. O ganho direto aparece na margem de lucro, na previsibilidade dos custos e na liberdade para inovar. Estudos mostram que, ao abandonar cobranças recorrentes, empresas conquistam modelos mais inovadores, aumentam a satisfação do cliente e ganham flexibilidade comercial. Além disso, acabam por contribuir para uma concorrência mais saudável no setor financeiro.
Como negociar taxas menores com bancos digitais?
O segredo está na negociação baseada em volume, histórico de relacionamento e uso real dos serviços. Bancos digitais costumam ser mais abertos a discutir condições especiais para clientes que movimentam grandes valores ou operam em nichos estratégicos. Ter clareza sobre o próprio fluxo de transações e conhecer alternativas tecnológicas aumenta o poder de barganha. Em alguns casos, pode valer mais a pena investir em autonomia total do que insistir na redução de centavos – afinal, controle pleno significa deixar negociações para trás.
Eliminar taxas por transação é legal?
Sim, é permitido estruturar operações financeiras sem repassar taxas por transação ao cliente, desde que estejam em conformidade com as normas do Banco Central e demais órgãos reguladores. Algumas regras específicas, como a Resolução nº 246 do Banco Central, definem tetos para bobagens como tarifa de intercâmbio em cartões, mas nada impede que o fornecedor retire todas as cobranças unitárias. O fundamental é que a empresa siga standards de segurança, privacidade e clareza sobre as condições oferecidas.